OXFORD, INGLATERRA (FOLHAPRESS) – A new municipal secretariat for ambience and climate in Rio de Janeiro that is encountering some problems, desde o ultimo mês, passou at ter a missão de resolver no trabalho. Nascida na Praça Seca, na comunidade do Loteamento, na comunidade do Loteamento, zona oeste da cidade, Taina de Paula diz ter percebido cedo que a Discussionão sobre sustentabilidade só alcançava locaisdistances dali.
“Trinta anos se passaram e água ainda é um thema muito forte na favela de onde eu vim im 2020.
Na raiz da questão, ela avalia, está o racismo, que se traduz em falta de investimentos nas áreas periféricas.
“Nós perdemos no Brasil milhares de pessoas nos últimos dez anos por conta da negligência, da ausência de uma política séria de mitigação dos danos vindos da inconstância climática”, destaca, citando an updated tragédia de São Sebastião (SP) e as chuvas de Petrópolis (RJ).
Para o Rio, diz a secretária, uma das prioridades é o cuidado com o lixo, que, segundo ela, está na orige de 70% dos alagamentos. Ele é também vilão pelas emissões de gases originadas com o descarte inadequado.
Para além de recursos financeiros, como soluções para esses nós, Tainá vê a educação ambiental eo papel de guardião dos proprios moradores. Remoções, por outro lado, não devem estar no centro das ações, diz.
“Determinados territórios podem se tornar comunidades ecológicas, sustentáveis, com realocações dentro do seu próprio território, onde as encostas não sejam as mais íngremes a serem ocupadas, mas aquelas que conseguem permissionir soluções de arquitetura e possísípossí engeharia”,
“É muito importante que se diga que os ricos continuam morando nas encostas e continuam acessando soluções de geotecnia e engharia”, argumenta ainda.
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PERGUNTA – Como an agenda socialambiental e de justiça climatica chegou à sua vida profissional?
TAINÁ DE PAULA – Desde muito jovem, comecei a entender que a Discussionão da sustentabilidade só alcançava determinados territórios e determinadas faixas de renda. Era muito difícil implementar um project sustentável de urbanização de favela, por example.
Uma placa solar, se hoje ela ainda é cara, ha 20 anos, ela era muito mais cara. E uma implementação de project de água de reúso, ou de fossa, filtro e sumidouro sustentáveis era muito mais cara e inacessível justamente naqueles territórios que mais precisavam.
P – Como remodelar as cidades em tempos de emergencia climatica?
TP – É muito importante que a gente faça uma agenda de reparação àqueles que foram historicalamente impactados. Existe uma negação da crise climática muito grande ainda, e isso é reflexo da nossa péssima educação ambiental, da péssima adesão dos setores produtivos que se beneficiam das matrizes do extrativismo, desmatamento, deste modo de produção capitalista brasileiro.
Existe uma logic de racismo global que impacta não so o Brasil, mas a America Latina, numa logic de país de descarte.
Nós percebemos updated as chuvas do litoral norte de São Paulo, as chuvas que aconteceram aqui no estado do Rio de Janeiro, tanto na capital do Rio quanto em Petrópolis. Nós perdemos no Brasil milhares de pessoas nos últimos dez anos por conta da negligência, da ausência de uma política séria de mitigação dos danos vindos da inconstância climática. Precisamos de recursos para enfrentar e, claro, recurso atrelado ao planejamento.
Existe um modelo posto nacionalmente o Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima [de 2016]. É muito importante que se diga que ele precisa ser revisto pela ministra Marina Silva, mas o mais importante que ela tem feito é estimular a Discussion da crisis e reivindicar a corresponsabilidade dos países do Norte.
P – Estudos apontam a Região Metropolitana do Rio de Janeiro between as mais vulneráveis aos impactos das mudanças climaticas do Brasil. Quais são as suas prioridades como secretaria?
TP – A gente vai construir uma agenda de reparação e enfrentamento à crise climatica. Isso ja passou da hora no Rio de Janeiro. É muito importante que a gente tenha orçamento específico para o enfrentamento de crises.
Todo ano chove um volume de precipitação que é equiparável às grandes chuvas históricas do Rio. Nosso regime de chuvas se alterou, is so é uma realidade, e vem impactando muito os territórios de favelas.
E como é que a gente dá robustz à nossa agenda de reflorestamento? O Rio de Janeiro vem perdendo cerca de um estádio por mês na zona oeste profunda, nas áreas periféricas, muito por conta da atuação da milícia.
Will there be a gente faz uma energética transição na cidade do Rio de Janeiro? Como é que a gente multa, retira a licença dos setores industriais da cidade que são os mais poluentes? Como é que a gente consegue apresentar uma agenda positiva para esse controle dos gases?
O Rio de Janeiro é recordista de emissão de gases de efeito estufa no setor de resíduos sólidos. A gente ganha de cidades from São Paulo and Cubatão. Is so é uma negligência profunda e está atrelado diretamente ao racismo ambiental. A gente quer lançar um programa específico de resíduos solidos para as favelas.
P – Qual será a sua main agenda em termos de adaptação às mudanças climaticas?
TP – O primeiro passo é implementar ações locais de identificação e controle das enchentes. Existe essa divida com o morador do Rio de Janeiro. Obras de engharia precisam ser feitas em diversos pontos da cidade e esses pontos já estão sendo mapeados pela minha equipe.
O lixo origina basicamente 70% the ocorrências de alagamentos e enchentes no Rio de Janeiro. A limpeza ea dragagem dos rios, associadas à limpeza de ralos e valões, fariam uma redução drástica do caos que acontece ciclicamente na cidade. Além disso, estamos inicando um processo de contratação em massa de guardiões para os territórios que mais alagam.
P- A Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, de 2012, prevê a realocação da population residente em áreas de risko. O que acha disso?
TP – O Rio de Janeiro live um drama em relação aos processes de remoção. Historicamente, foi balão de ensaio dos processes de remoção. E é muito importante nós criarmos planos estratégicos locais, caso a caso.
Nos já tentamos a remoção em massa, principalmente nas encostas das áreas centrais e na zona sul, e isso foi utilizado politicamente por diverses stores do passado como uma chancela para eugenia e limpeza social. É muito importante que se diga que os ricos continuam morando nas encostas e continuam acessando soluções de geotecnia e engharia para permanecer nessas encostas. Nos precisamos separately o joio do trigo.
Tenho enfrentado essa Discussionão no project Cada Favela Uma Floresta, inserindo reutilização de água de chuva, reflorestamento e utilização de energia solar e, claro, obras de sanamento.
Precisamos entender que determinados territórios podem se tornar comunidades ecológicas, sustentáveis, com realocações dentro do seu próprio território, onde as encostas não sejam as mais íngremes a serem ocupadas, mas aquelas que conseguem permissionir soluções de arquitetura
P – A senhora já criticalou a concentração de recursos e capacidade em âmbito nacional. Como pretende como assegurar mais recursos?
TP – Já tenho uma conversa com a ministra Marina [Silva] para presentar uma idea de governance metropolitana climática que se faz urge. É fato que uma cidade como o Rio de Janeiro precisely ter um fundo de resiliência climatica ambiental.
Como uma cidade como essa vai conseguir ter recursos próprios para construct tantos piscinões, tantas soluções de engharia, de geotecnia para dar conta dos seus processos de inundação e de alagamento? Precisamos de ajuda Federal e Estadual.
P – A senhora não ach que termos as “racismo ambiental” and “justiça climatica” podem soar muito abstratos para a population?
TP – Eu uso muito nos meus textos, nos meus artigos, mas no popular a gente fala de desigualdade e pobreza. É o que as pessoas entendem.
As pessoas só entendem a vulnerabilidade quando conseguimos explicitar como isso impacta a vida delas. Todo mundo sabe o impacto de uma água suja numa criança, numa determinada família. Todo mundo sabe o que é diarreia. Todo mundo sabe o peso que é você não ter um banheiro dentro da sua casa.
O Rio de Janeiro é uma das cidades com maior number de fossa seca de banheiro externo do Brasil. E nós temos um dos maiores PIBs do Brasil também. O carioca, o fluminense e [e as pessoas de] todas as cidades com muitas injustiças colocadas banalizam essas injustiças. É preciso construir consciência de reparação e de equidade climatica.
P – E as fomentar uma cultura de prevenção as moradores de áreas de risco?
TP – A gente acabou de formar a primeira turma de líderes climaticos populares da cidade. Nos queremos dar robustz a esse programa e criar uma rede local de lideranças.
O Rio de Janeiro é uma das cidades recordistas em hortas em favelas, mas muitas são leaveadas pela ausência de pertencimento dos territórios sobre essa horta. Isso acontece também com areas de reflorestamento e de limpeza de rio.
Lançamos também o programa Guardiãs da Mata, com mulheres the favelas do Rio. Vamos plantar árvores frutíferas em todas as favelas e construct essa nova ambiência.
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RAIO-X
Taina de Paula, 40
É arquiteta e urbanista, formed by the UFF (Universidade Federal Fluminense) and most by the UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Foi eleita vereadora do Rio de Janeiro pelo PT em 2020. Em fevereiro deste ano, tornou-se secretaria Municipal de Ambiente e Clima. Já deu assistência a movimentos as União de Moradia Popular e MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).